O que é um PLE?

A principal conclusão que podemos retirar da análise da literatura nacional e internacional disponível sobre Ambiente Pessoal de Aprendizagem, comummente designado pela sigla "PLE" do anglo-saxónico Personal Learning Environments é de que “não existe uma definição consensual sobre o conceito de PLE.

Para alguns especialistas, o PLE é apenas uma abordagem (Downes, 2006) baseado num interface web (Downes, 2007) e nem sequer pode ser considerado um software, é apenas um ambiente onde as pessoas, comunidades e recursos interagem de forma muito flexível (Wilson, 2008). Por outro lado, outros especialistas consideram que o PLE pode ser representado com tecnologia, incluindo aplicações e serviços (Attwell & Costa, 2008).

Segundo Siemens (2007) PLE é um conjunto de ferramentas interligadas pelo conceito de abertura, interoperabilidade e controlo do aprendiz. Um PLE proporciona ao aprendente um espaço pessoal sob seu controlo que possibilita o desenvolvimento e partilha das suas opiniões (Simões, 2010). É a forma simples de partilhar e agregar as experiências de aprendizagem através da configuração e manipulação de artefactos digitais (Lubensky, 2006).

Baseado em múltiplos contextos e na promoção da autonomia do aluno (Attwell & Costa, 2008) o PLE são o elo de ligação entre as instituições de ensino e o mundo exterior e é composto por várias ferramentas usadas no nosso quotidiano para a aprendizagem. Muitas dessas ferramentas são baseadas no software social (Attwell, 2007).

No meu entender, PLE é um conjunto de artefactos tecnológicos que disponibilizam conhecimento relacionado entre si e normalmente reunido no mesmo espaço Web2.0. Resulta, por isso, num ambiente web dinâmico onde se documenta a aprendizagem ao longo da vida de forma contínua apesar de não estar formalmente hierarquizada. Nestes ambientes prevalece a informação multifacetada, relacionada entre contextos similares, implicitamente estruturada por esquemas mentais, organizada por tecnologias que impulsionam a memória visual através da comunicação, pensamento e reflexão. A mais valia é uma aprendizagem profunda, livre, autónoma e controlada pelo utilizador” (Rodrigues, 2011, p.6).

Referência:
Rodrigues, P. (2011). Ambientes pessoais de aprendizagem: perspectivas e práticas de aprendizagem. Projecto de dissertação de mestrado, orientado pela Professora Doutora Guilhermina Miranda, apresentado à Universidade de Lisboa, Lisboa.